Dezembro vermelho: infectologista explica tratamento e mitos sobre a contaminação pelo HIV.
Estamos no dezembro vermelho, mês de conscientização e prevenção à contaminação da AIDS. Sobre o tema, o infectologista Marcelo Fontana, do Hospital Nossa Senhora das Dores, explicou como é feito o tratamento para o soro positivo.
“O tratamento hoje da AIDS e do HIV positivo ele é feito baseado em uso de coquetéis que são os antirretrovirais. Isso é uma combinação de medicamentos que tem um efeito de controlar o crescimento do vírus. O indivíduo tomando coquetel mais de noventa por cento ou em torno disso em até seis meses eles geram negativam a carga do vírus do sangue. O que que quer dizer isso? O vírus está tão baixinho no sangue nem pega, não detecta. Mas aí você me pergunta, quer dizer que é cura? Não é cura. Quer dizer que a doença está muito bem controlada e não se detecta o vírus. Mas se parar de tomar o coquetel em poucas semanas o vírus explode de novo e volta a comprometer o indivíduo. Então hoje o HIV virou uma doença crônica de tratamento semelhante a um diabético, por exemplo, mas que requer disciplina, tratamento, cuidado com a saúde, com o peso, com a alimentação e principalmente adesão ao tratamento que é o coquetel amplamente disponível, gratuito, só disponível no SUS e o SUS universalmente a qualquer paciente absoro positivo, de qualquer camada social ele é gratuito e só encontrado na rede pública. O Ministério da Saúde fornece os coquetéis e eles são universais em nosso país. E esse é a forma, esta é a forma de tratamento.”
E quanto aos principais mitos?
“Os principais mitos que eu vi hoje eh que poderia dizer é o mito de que o HIV transmite pelo abraço, transmite shantana no vaso sanitário, transmite pelo beijo, transmite tocando, ficando perto e interagindo com algum soro positivo. Hoje esse é o principal mito do HIV AIDS. E esse mito hoje é descabido e principalmente eu diria que é um preconceito. No início da doença, na década de oitenta. No início dos anos oitenta, os pacientes sofriam muito, porque as pessoas tinham medo de encostar, de pegar o a pessoa ficava como que párea. Na sociedade, até mesmo na família. Isolado, tamanho medo, do simples beijo transmitir o beijo só transmite se a pessoa que está ali beijando eh tiver contato com a boca sangrando alguma ferida com muito sangramento beijo selinho um beijo de língua sem sangramento na boca não vai transmitir o HIV o HIV basicamente ele vai ser transmitido por transfusão sanguínea que é muito raro, já falei, uso de drogas injetáveis e da mãe pro filho, a gestante. Outro mito em relação ao HIV é que o sexo oral não transmite, o sexo oral também pode transmitir HIV pelas secreções, seja do pênis, seja a secreção vaginal, que contém do vírus. E há vírus nisso. Então um outro mito é que o sexo oral não pega.”
A prevenção então é o único caminho.
“Que a principal forma hoje é a prevenção. E o principal diria, preservativo ter comportamento de evitar o comportamento de risco. Quer se expor sem preservativo ao sexo. Então os grupos populacionais, a camisinha, o principal forma da gente evitar essa doença. Segunda forma, buscar orientação, buscar informação do médico, ler, informar-se, procurar, fazer os testes, testar pra HIV, quem tem dúvida, quem teve relação de risco, fazer os testes que são gratuitos na policlínica, existem os testes rápidos folhas no SUS qualquer cidadão de Itabira pode fazer na policlínica lá. É chegar, conversar, ser avaliado por uma equipe multidisciplinar e fazer os testes de HIV, hepatites, sífilis, que são as DSTs que nós temos exames disponíveis via testes rápidos e são disponíveis no SUS. Então esses são as informações e principalmente preservativo. Aqueles grupos que forem elegíveis a PREP, quem quiser fazer essa prevenção tomando o coquetel que chama PREP que é a profissão pré-expedição, procurar a policlínica de Itabira, ver se está disponível aqui o tratamento ou quais os caminhos pra buscar esse tratamento. Um abraço aí, espero ter ajudado.”
Reportagem: Euclides Éder
Ouça a entrevista: