Foto: Alta Diagnósticos

Considerada condição rara, a anemia aplásica ou aplasia de medula é caracterizada pela destruição das células tronco, levando à redução dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Por conta de seus sintomas, a doença pode ser confundida com a leucemia, um tipo de câncer que se desenvolve nas células-tronco da medula óssea. Contudo, a anemia aplásica ocorre porque, por algum defeito, o sistema imunológico, que protege o organismo contra vírus, infecções, dentre outros perigos, passa a atacar também as células saudáveis. Segundo o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, a incidência dessa doença é estimada em 2,4 casos por milhão de habitantes.

“Às vezes pode ser confundida porque tanto a leucemia quanto a aplasia de medula podem apresentar um quadro de fraqueza, sangramento, febre. As duas doenças acabam levando a uma redução de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas no sangue. Mas, ao realizarmos o exame de medula, são duas doenças completamente diferentes. Na leucemia, acontece uma infiltração da medula óssea por células imaturas que são os blastos, enquanto na anemia aplásica a medula se apresenta vazia, sem a produção celular adequada”, explica a hematologista Mariana Chalup, responsável técnica pelo setor de transplante de medula óssea do Cancer Center Oncoclínicas Belo Horizonte.

Através do hemograma pode se encontrar redução de hemácias, leucócitos e plaquetas, sugerindo alguma anormalidade. Para o diagnóstico é necessário realizar a biópsia de medula óssea. “Na maioria das vezes, a anemia aplásica é uma doença autoimune, porque ela acontece por uma formação de anticorpos que vão destruir justamente as células tronco. Isso pode estar relacionado com algumas infecções virais, infecções bacterianas, mas, às vezes, pode ser por outros mecanismos como a exposição a algumas substâncias como benzeno e arsênico inorgânico, e fármacos como antibióticos. Contudo, na maioria das vezes, não conseguimos determinar a causa”, observa a hematologista.

“A gravidade da aplasia é determinada através dos exames, da intensidade da falta de produção das células e do quadro clínico do paciente”, ressalta a médica Mariana Chalup. Os sintomas mais comuns são cansaço excessivo, falta de concentração, falta de apetite e perda de peso sem motivo aparente, palidez, falta de ar, ritmo cardíaco acelerado, febre e infecções recorrentes, aftas na boca, hematomas e sangramentos na gengiva, nariz e boca, e as manchas vermelhas na pele, conhecida como petéquias. O tratamento pode ser o transplante de medula óssea ou terapia imunossupressora, que é utilizada para modular a resposta imune do organismo.

Reportagem: Euclides Éder

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