Dermatologista Lívia de Castro Fernandes. Foto: FSFX

Com a chegada do verão, o alerta para os cuidados com a pele se torna ainda mais urgente. As altas temperaturas registradas nos últimos meses, que já vêm batendo recordes históricos no Brasil, tendem a se intensificar nesse período do ano, aumentando a exposição ao sol e, consequentemente, os riscos à saúde. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o país tem enfrentado ondas de calor cada vez mais frequentes e intensas, resultado das mudanças climáticas, o que faz com que a radiação solar atinja níveis elevados por períodos prolongados. De acordo com a dermatologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dra. Lívia de Castro Fernandes, muitos sinais iniciais acabam sendo ignorados pela população.

Nesse cenário, a atenção ao câncer de pele precisa ser redobrada e fazer parte, cada vez mais, da rotina da população. O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Segundo o Ministério da Saúde, com base em estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados aproximadamente 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano no Brasil. Já a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) alerta que, embora o melanoma represente uma parcela menor dos diagnósticos, ele é o tipo mais agressivo da doença e responde pela maioria das mortes relacionadas ao câncer de pele, reforçando a importância do diagnóstico precoce.

“Os primeiros sinais de câncer de pele são alterações que surgem na pele, como manchas ou lesões persistentes, pintas que mudam de forma, crescem ou modificam a cor, além de feridas que não cicatrizam apesar do uso de pomadas. Com o diagnóstico precoce, aumentam as chances de cura e há menores sequelas cirúrgicas. Além disso, conseguimos diagnosticar lesões pré-câncer e evitar lesões futuras. O protetor solar é indispensável e o ideal é evitar a exposição solar entre 10h e 16h”, orienta a dermatologista. Ela ressalta que, quando a exposição for necessária, é importante buscar proteção. “Recomenda-se a procura por áreas cobertas, como marquises, árvores e outros locais que ofereçam sombra”, completa a dermatologista da FSFX.

“Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou mais sensíveis ao sol, além daquelas com histórico pessoal ou familiar de câncer, doenças cutâneas prévias e exposição a câmaras de bronzeamento artificial, apresentam maior risco. Essas pessoas também correm risco, contudo, nelas são mais comuns lesões em regiões palmares e plantares. A cirurgia é o tratamento mais indicado para o câncer de pele. Em alguns casos, pode ser indicado rádio ou quimioterapia, além de novos medicamentos bastante eficazes quando há metástases. Observar a própria pele, usar protetor solar regularmente, evitar horários de maior radiação e procurar um dermatologista ao notar qualquer alteração”, finaliza a médica especialista.

Reportagem: Euclides Éder

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