Rádio Itabira

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Minas Gerais vem se consolidando como um verdadeiro berço de empreendedores e é o segundo estado com o maior número de novas empresas abertas no país. Segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), em 2024 foram abertas 452,4 mil novas empresas, sendo 96,5% delas de pequeno porte, como Microempreendedores Individuais-MEIs (76,59%), Microempresas (20,34%) e Empresas de Pequeno Porte (3,07%), crescimento de 8,41% em relação ao ano anterior. Cerca de 45% dos MEIs não separam as finanças do Cadastro de Pessoa Física (CPF) com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Despontando como alternativa à formalização do trabalho, à busca por flexibilidade e à dificuldade de se recolocar profissionalmente, o empreendedorismo exige disposição, busca de conhecimento e organização de seus gestores, que, muitas vezes, ainda não sabem como administrar sozinhos o seu negócio e desejam fugir do insucesso. Um dos principais desafios para quem busca a longevidade à frente de uma empresa é diferenciar a vida e as contas pessoais das profissionais. A pesquisa do MEI, realizada pelo Sebrae-MG neste ano, comprova que os microempreendedores não fazem a separação de recursos financeiros, um erro comum e que pode sair caro..

De acordo com o Sebrae-MG, 53% dos pequenos negócios em Minas Gerais já têm intenção de investir, seja em tecnologia, infraestrutura ou equipe. Para tornar isso possível, algumas instituições financeiras oferecem soluções exclusivas aos empresários. “Empreender é o sonho de muitas pessoas, mas há diferença entre abrir e gerir um negócio. Quando você escolhe este caminho, precisa entender que a empresa é sua, mas você não é a sua empresa. É preciso ter muita clareza e disciplina sobre a gestão dos recursos financeiros para que o negócio possa prosperar e ser sustentável”, alerta Cecília Perini, especialista em finanças, que listou seis dicas para quem quer se organizar e crescer.

1. Defina a sua remuneração. Com base no lucro da empresa, defina um pró-labore fixo como base de sua renda pessoal. Mas não se esqueça de que a empresa também precisa de uma remuneração. Ou seja, reserve o valor das despesas fixas e do capital de giro, uma reserva que precisa ser constituída pensando na sustentabilidade do negócio.
2. Separe os recursos pessoais e profissionais. Tenha contas bancárias e, até mesmo, cartões de crédito diferentes para que o dinheiro e os objetivos não “se misturem”. Assim, você conseguirá avaliar o desempenho do seu negócio e acompanhar suas despesas pessoais de forma independente.
3. Organização é tudo! Uma gestão eficiente começa com atitudes simples. Com a ajuda de aplicativos ou até mesmo de um livro-caixa, registre todas as entradas e saídas da sua empresa. Isso pode facilitar a visualização dos dados e a análise periódica de desempenho do seu negócio, conforme ocorrem as mudanças de cenário.
4. Se profissionalize! Busque conhecimentos que vão aprimorar a sua atividade, o seu negócio e o seu olhar de gestor. Sempre que necessário, busque o apoio de organizações, projetos e soluções que contribuam para o desenvolvimento da sua empresa – elas podem fazer a diferença.
5. Tenha planejamento estratégico e objetivos bem estabelecidos. Isso vai nortear suas ações e manter sua mentalidade voltada para o crescimento. Avalie sua capacidade produtiva, a precificação praticada no mercado e quando é o momento de reinvestir ou, até mesmo fazer retirada dos dividendos.
6. Tome decisões conscientes e informadas em relação ao dinheiro e, se for preciso, busque o apoio de um assessor de investimentos, para pessoa física quanto jurídica. Dinheiro parado em conta é um erro. Pesquise sobre os investimentos disponíveis para o perfil do seu negócio e comece, mesmo que com um pequeno passo. O importante é ter disciplina e incluir essa linha na gestão orçamentária da sua empresa.

Reportagem: Euclides Éder