Fonte: Divulgação/FCCDA

Para comemorar os 122 anos do nascimento do maior poeta brasileiro do século XX, Itabira, cidade natal de Carlos Drummond de Andrade, recebe a exposição “Menino Antigo, Poeta Moderno”. A mostra foi inaugurada e aberta ao público nesta quinta-feira (31) no casarão em que Drummond passou sua infância e começo da juventude, em companhia de seus familiares. O sobrado foi adquirido pela Prefeitura de Itabira em 2002 e disponibilizado à comunidade, totalmente restaurado em 2004, com o sugestivo nome de Casa de Drummond, sob a gestão da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA).

Nesses 20 anos de funcionamento, foram exibidas do espaço várias mostras de caráter temporário e “Menino Antigo, Poeta Moderno” é a primeira exposição de grande porte que irá ocupar todos os seus ambientes, contando a história do menino antigo que se tornou o maior poeta moderno brasileiro. Para tanto a mostra foi dividida em 21 espaços sendo: entrada, sobrado, Itabira, Minas Gerais, escada, “Menino Antigo”, mineração, falta de quem ama, amigos, a máquina do mundo, amor, a mesa, ruína, família, “José”, exposição temporária “Drummond Criança”, esquecer para lembrar, o maior trem do mundo, poeta moderno, e tempo, livro e poesia.

A curadoria da exposição é do jornalista Angelo Oswaldo de Araújo Santos, e desenvolvida de forma coletiva por: Andréa de Magalhães Matos, que também atuou como coordenadora geral do projeto; Flávio Vignoli, responsável pelo Design de Exposição e Gráfico; e Leonardo José Magalhães Gomes, que fez a pesquisa literária, seleção e elaboração de textos. Como não poderia ser diferente, o conteúdo textual da exposição é emocionante, composto por muitas das melhores poesias de Drummond, principalmente dos livros Boitempo I, II e III, que têm a família, o casarão e a cidade como inspiração principal.

Completam este conteúdo os trechos de sua deliciosa prosa e recortes de suas magníficas cartas e entrevistas. Os visitantes podem ter mais informações sobre o genial poeta por meio de uma Pequena Cronologia Comentada, da listagem completa dos livros editados por ele até o momento e conteúdo audiovisual exibido em dois locais dentro da exposição. Para o conteúdo iconográfico foi contratado o artista plástico José Octavio Cavalcanti, que produziu especialmente para a exposição vários desenhos originais em grafite, que criou uma série de paisagens alusivas à Itabira.

Foto: Arquivo

As imagens remetem ao início do sec. XX, vários desenhos do poeta em diversas fases de sua vida e de seus familiares, uma série de retratos dos 12 principias amigos que marcaram a vida e a carreira de Drummond, além de uma peça de 4,5m com o maior trem do mundo. Foram adquiridas, também, obras de conterrâneos do poeta, como colagens de Neide Barbosa, escultura e aquarelas de Genin Guerra e bordado do Grupo de Bordadeiras Tecituras. Por fim, o artista Leandro Hisne produziu grafites com a árvore genealógica e para o jardim interno do casarão, integralmente recuperado. A FCCDA disponibilizou para a exposição parte de seu acervo histórico.

Casa de Drummond

Ele é composto por mobiliário e objetos de Drummond doados pelos netos do poeta, aquarelas de Sandra Bianchi, retrato do poeta feito por Inimá de Paula e reproduções da série “À Mesa” de Yara Tupynambá. A Diocese de Itabira/Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, por intermédio do padre Adriano emprestou duas peças do seu acervo: São Lourenço, de Alfredo Duval, e São Benedito, inspirado no santeiro, citado pelo poeta em “Confidência do Itabirano”. Algumas preciosidades do mercado editorial brasileiro também foram adquiridas e serão dispostas pelos módulos expositivos, incluindo “Álbum Minas & Drummond.

Reportagem: Euclides Éder

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