Foto: Arquivo

O verão caracterizado pelo aumento das chuvas e das temperaturas, é o período mais crítico para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor de arbovirores como dengue, zika-virus e febre chikungunya. Essas infecções virais representam uma ameaça à saúde pública, com impactos graves, especialmente em grupos vulneráveis.  Segundo o médico infectologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Pedro Mendes, é essencial adotar medidas de prevenção para evitar o contato com o mosquito e eliminar possíveis criadouros. Produtos que repelem o vetor devem ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

“As arboviroses têm apresentado um avanço significativo devido a fatores como saneamento básico precário, crescimento urbano desordenado e o aumento das temperaturas. O aumento das temperaturas acelera a replicação, aumentando sua presença em nosso ambiente e, consequentemente, o risco de transmissão das doenças. Em 2024, foram mais de 6,6 milhões casos suspeitos notificados. Os repelentes são aliados importantes nesse processo. Produtos aprovados pela Anvisa, são seguros para uso a partir dos dois anos de idade e para gestantes e lactantes, conforme orientações do fabricante,” indica o especialista.

Foto: Prefeitura de Itabira

“Os repelentes são recomendados para serem aplicados, sobretudo nas áreas expostas e não cobertas pelas vestimentas. É importante destacar também que produtos de uso oral e vitaminas não têm papel estabelecido como repelentes e não são reconhecidos e nem recomendados pela nossa agência de vigilância sanitária, a Anvisa. Produtos naturais à base de citronela, andiroba ou cravo, como velas aromáticas, não possuem comprovação de eficácia e não são recomendados”, relata o médico da FSFX. Uma novidade importante no combate à dengue é a vacina Qdenga, licenciada pela Anvisa em 2023.

A recomendação na bula para administrar para pessoas a partir dos quatro, e até os 60 anos, e administrada em esquema de duas doses com intervalo de três meses. “O Brasil, numa atitude pioneira, foi o primeiro país do mundo a disponibilizar esta vacina no sistema público de saúde para o público prioritário. Desde 2024, o Programa Nacional de Imunização disponibilizou essa vacina para crianças com idade entre 10 e 14 anos, com o esquema vacinal de duas doses com intervalo de três meses. Devido à limitação na oferta do insumo, foram selecionadas cidades prioritárias para essa vacinação”, explica o infectologista.

Foto: Prefeitura de Itabira

Embora transmitidas pelo mesmo mosquito, Dengue, Zika e Chikungunya apresentam características clínicas distintas. O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental.

  • Dengue: Febre alta (38-40ºC), dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor atrás dos olhos, vômitos, sangramentos e queda de pressão arterial. Em casos graves, pode levar a complicações hemorrágicas e óbito.
  • Zika: Febre baixa (geralmente abaixo de 38ºC), erupções cutâneas com coceira, conjuntivite não purulenta e inchaço leve nas articulações. Em gestantes, pode causar microcefalia no bebê.
  • Chikungunya: Febre alta (acima de 38,5ºC), dores articulares intensas e inflamações nas juntas, que podem persistir por meses e, em casos raros, levar a complicações graves.

Grupos como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas são mais propensos a apresentar formas graves dessas doenças e devem redobrar os cuidados.  De acordo com o profissional, mesmo com todas as medidas de prevenção, é importante saber quando buscar atendimento médico. “Os sinais de alerta incluem: sangramentos nas gengivas ou em outros locais, queda de pressão arterial, tontura, desmaios, dor abdominal intensa e persistente, e vômitos contínuos. Esses sintomas indicam formas graves de dengue ou complicações de outras arboviroses e requer atendimento imediato”, alerta o profissional.

Dr. Pedro Mendes. Foto: Ascom/FSFX

Para o Dr. Pedro Mendes, a luta contra o Aedes aegypti exige um esforço conjunto da população e do poder público. “Prevenir é mais simples e eficaz do que tratar as doenças e suas complicações. Com ações individuais e comunitárias, como eliminar criadouros, usar repelentes e aderir à vacinação, é possível proteger vidas e reduzir a sobrecarga nos serviços de saúde.  Faça sua parte, cuide do seu ambiente, proteja sua família e compartilhe essas informações com sua comunidade. Juntos, podemos vencer a batalha contra as arboviroses”, pontua o médico especialista da FSFX.

Reportagem: Euclides Éder

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