Doenças crônicas como principais causas de mortes evitáveis entre mulheres
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Equilibrar trabalho, estudos, responsabilidades familiares e cuidados com a casa é uma realidade desafiadora para muitas mulheres. Nesse cenário de múltiplas demandas, a saúde feminina muitas vezes é negligenciada. Estudo revela que fatores como estresse ocupacional e desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal podem impactar negativamente a saúde das mulheres. O Mês da Mulher (março) não é apenas um período de homenagens, mas também um lembrete para o autocuidado, a realização de exames periódicos e a adoção de hábitos saudáveis.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), em 2021, 45% das mortes evitáveis em mulheres de cinco a 74 anos, foram por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias. Em sua maioria, ocasionadas por neoplasias (31%), doenças isquêmicas do coração (15%), doenças cerebrovasculares (14%) e diabetes mellitus (13%). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo aumentam as DCNT.
O consumo médio de álcool no Brasil foi de sete litros por pessoa ao ano, acima da média mundial de seis litros. Além disso, a obesidade na população adulta mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12% para 27%, com maior impacto sobre as mulheres: 63% delas estavam acima do peso em 2019. “Evitar o cigarro, praticar ao menos 150 minutos de atividade física por semana e reduzir o consumo de sal e açúcar são atitudes essenciais para combater essas doenças”, afirma o Médico de Família e Comunidade, Leonardo Abreu.
A realização de avaliações periódicas é fundamental, já que grande parte das doenças crônicas não transmissíveis não costuma apresentar sintomas no início, dificultando o diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo identificarmos qualquer doença, melhor será a expectativa para um tratamento assertivo. Por isso, sempre orientamos pacientes a procurarem um profissional de saúde e, mais que isso, que eles tenham uma equipe multidisciplinar de referência que o conheça e possa acompanhá-lo ao longo do tempo”, informa o médico especialista.
Reportagem: Euclides Éder