TEA requer diagnóstico precoce e conscientização social, defende especialista da FSFX
Dr. Arthur Lobato. Foto: FSFX
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi celebrado nesta quarta-feira (2), com o objetivo de promover o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), reforçando a importância do diagnóstico precoce, da inclusão social e da quebra de preconceitos, de acordo com o médico psiquiatra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Arthur Lobato. Para o especialista, o autismo é uma condição que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental do indivíduo, e a identificação precoce dos sinais e sintomas pode fazer toda a diferença na evolução do paciente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, em termos absolutos, mais de dois milhões de brasileiros vivam com o transtorno.
“Como em todos os casos da medicina, o tratamento precoce favorece uma evolução muito mais positiva e um melhor prognóstico. Quando o autismo é diagnosticado antes dos cinco anos de idade, o progresso da criança é muito satisfatório. Na adolescência ou na fase adulta, as alterações podem ser até imperceptíveis em alguns casos. Existem diferentes graus de autismo e, em alguns pacientes o tratamento é tão positivo que, em algumas situações, conseguem realizar tarefas de forma até mais eficiente do que pessoas sem a condição. A principal barreira hoje é o preconceito. As pessoas precisam entender que a inclusão vai além da simples adaptação. Ela envolve uma mudança de atitude, uma conscientização dos ambientes e da sociedade como um todo”, afirma o especialista.
O número de pessoas com TEA possa ser ainda maior devido a subnotificação e falta de diagnóstico, em muitas regiões. No entanto, a conscientização tem aumentado, assim como os serviços de apoio e tratamento a assistência necessária para crianças e adultos. O médico da FSFX destaca que a escola, muitas vezes, é o primeiro ambiente onde o autismo é identificado. “Eles são muitas vezes os primeiros a perceberem sinais do transtorno. Uma criança com autismo pode ter dificuldades com interpretação de texto, escrita ou em acompanhar o raciocínio da sala. O apoio dos educadores é essencial, assim como pequenas adaptações no ambiente escolar que podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento do aluno”, afirma o psiquiatra.
Em relação ao tratamento, o médico reforça que as terapias comportamentais são essenciais. “O uso de medicamento é uma medida complementar, quando as terapias não farmacológicas não são suficientes. O essencial são as terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a terapia ocupacional, musicoterapia, psicopedagogia e atividades físicas. É preciso identificar onde há preconceito e tornar os ambientes mais acessíveis. Algumas adaptações simples, como reduzir a quantidade de pessoas em uma sala ou reduzir a intensidade do som, ajudam a proporcionar um espaço mais adequado para essas pessoas”, explica o profissional da FSFX. Em relação ao tratamento, o médico reforça que as terapias comportamentais são essenciais.
“O uso de medicamento é medida complementar, quando as terapias não farmacológicas não atendem. O essencial são as terapias comportamentais, como a TCC, a ocupacional, musicoterapia, psicopedagogia e atividades físicas. É preciso identificar onde há preconceito e tornar os ambientes mais acessíveis. Algumas adaptações simples, como reduzir a quantidade de pessoas em uma sala ou reduzir a intensidade do som, ajudam a proporcionar um espaço mais adequado para essas pessoas. Com o avanço da medicina, a capacidade diagnóstica aumentou. O que vemos é uma melhora na identificação e no entendimento sobre o transtorno, mas ainda existem desafios. O principal é a conscientização, tanto para os pais quanto para a sociedade em geral. Precisamos entender que o autismo não é uma doença homogênea”, finaliza o médico.
Reportagem: Euclides Éder