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Imagem: Corpo de Bombeiros do Tocantins

O Brasil tem quase seis mil pontes em rodovias federais sob a gestão do poder público ou da iniciativa privada. Os interessados em contribuir com informações sobre o estado dessas estruturas têm até o próximo dia 30 de abril para participar da consulta pública aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo é avaliar aspectos das pontes como buracos e desníveis, partes quebradas, rachaduras, ferrugem, largura, sinalização e iluminação adequadas, ocorrência de alagamentos e manutenção periódica.

A medida ocorre após o desabamento da ponte Juscelino Kubistchek, na BR-226, entre os estados do Tocantins e Maranhão. O colapso da estrutura, ocorrido em dezembro de 2024, matou 14 pessoas e deixaram outras três desaparecidas. Para o conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), engenheiro mecânico Antônio Humberto Almeida, a idade avançada e a falta de manutenção adequada das estruturas são uma combinação decisiva para expor a população a riscos.

“A realidade é que possuímos pontes e viadutos nas rodovias federais que foram construídas há 40, 50 anos atrás ou até mais. Vemos muitas estradas sendo abandonadas há anos, sem a devida manutenção, sem o devido reparo, sem o devido trabalho de conservação. Essa iniciativa do TCU, que entendo ser muito bem-vinda, deveria ser reaplicada por outros entes municipais e estaduais, pois a população como um todo irá ganhar com isso”, afirma Antônio Humberto.

“O que sabemos é que o poder público está carente de recursos. Por mais que nós tenhamos uma carga tributária tão alta no Brasil, não temos tido tanta disponibilidade. Possuímos órgãos como o DNIT e como os Departamentos Estaduais de Rodagem (DERs), bastante sucateados e sem um corpo técnico adequado para a demanda, então, uma solução que está sendo tomada pelos diversos entes federativos é a concessão”, aponta o conselheiro do Crea-MG.

Os dados coletados vão apoiar a fiscalização do TCU para avaliar a manutenção da malha rodoviária federal pelo Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo Antônio Humberto, o sucateamento dos órgãos responsáveis tem dificultado a adoção de medidas preventivas. E concedidas ou não, as estruturas da malha rodoviária devem ser avaliadas por profissionais da engenharia.

“A técnica é que, eventualmente, vai definir quais são as obras prioritárias, quais são os reparos que devem ser feitos de maneira mais urgente e quais são aqueles que podem deixar de ser priorizados em função de outros que tenham mais urgência”, afirma o engenheiro mecânico. O Estado com maior número de pontes nas rodovias federais é Minas Gerais, com 761 das 5985 estruturas em todo o Brasil. Para participar da consulta, basta acessar o site portal.tcu.gov.br; ou baixar o aplicativo TCU Mobile.

Reportagem: Euclides Éder

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