Conheça os desafios para conquistar a casa própria. Cenário está mais difícil em 2025

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O sonho da casa própria ainda faz parte do imaginário do brasileiro. Em 2025, o cenário econômico tem apresentado muitos desafios que tornam essa conquista mais difícil. Apesar do mercado imobiliário brasileiro ter registrado recorde de lançamentos: 186,5 mil unidades, crescimento de quase 10% nas vendas no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2024, as comercializações apresentam comportamento de estabilidade nos últimos cinco trimestres, conforme a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Especialistas acreditam que fatores como o aumento da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), juros mais altos nos financiamentos imobiliários e a valorização dos imóveis têm dificultado o acesso à moradia, principalmente para a classe média. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o número de pessoas morando de aluguel em Minas Gerais cresceu em 2024, frente a 2023, passando de 1,798 milhão para 1,982 milhão.
“O cenário tem impactado a aquisição de imóveis. A alta da taxa Selic encarece os financiamentos, elevando o custo total do crédito. Os preços dos imóveis subiram em muitas regiões, impulsionados pela demanda e pelo aumento nos custos de construção. A dificuldade de acesso ao crédito também é um obstáculo. Bancos e instituições financeiras estão mais rigorosos na análise de crédito, exigindo maior comprovação de renda e entradas mais altas, o que pode limitar as opções”, avalia Cecília Perini, sócia e líder da XP em Minas Gerais.
Ainda de acordo com a especialista, outro desafio que os brasileiros enfrentam é a inflação persistente, que reduz o poder de compra e aumenta os custos de vida, dificultando a criação de reserva para a entrada de um imóvel. “Para a classe média, que muitas vezes depende de financiamentos de longo prazo, o peso das parcelas pode comprometer o orçamento familiar, tornando o sonho da casa própria menos acessível”, completa Cecília Perini. Planejar a compra do imóvel exige disciplina financeira e estratégias bem definidas.
O primeiro passo é organizar as finanças, diagnosticar o orçamento e direcionar recursos para uma reserva. A regra 70-30 (70% dos recursos para despesas essenciais e pessoais, 30% para projetos futuros) pode ser uma boa base. Em seguida, é preciso ter uma reserva de emergência. “Antes de poupar para o imóvel, tenha uma reserva de seis a 12 meses compatível com suas despesas. Assim, você estará resguardado em um cenário de imprevistos e poderá manter seu compromisso sem comprometer o orçamento no futuro”, orienta a líder da XP.
Outra questão é pensar em prazo médio, para ter o investimento destinado à entrada do imóvel, entre 20% e 30% do valor total. “Dar uma boa entrada ajuda a reduzir o tempo de pagamento e os juros do financiamento. Uma alternativa é utilizar o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), se for elegível, na entrada ou na quitação de parcelas”, destaca a sócia e líder da XP. Para quem não tem urgência e pode desenvolver planejamento a longo prazo, a dica é investir em ativos de maior retorno.
“Para quem tem um horizonte mais longo, considerar investimentos diversificados, contemplando ações, títulos atrelados à inflação, fundos imobiliários ou fundos multimercado, pode ser uma estratégia para aumentar o patrimônio, desde que acompanhada de um bom planejamento e alinhada ao seu perfil de investidor. Outra opção são os consórcios imobiliários, que têm juros e taxas administrativas mais flexíveis”, ressalta a especialista, reforçando que contar com assessoria de investimentos pode ajudar na tomada de decisões.
Reportagem: Euclides Éder

