A Secretaria Municipal de Saúde não descarta multar pessoas que não tomam conta do seu território e permitem o surgimento de vetores que podem transmitir doenças como a dengue. Segundo a Superintendente de Vigilância em Saúde, Nathalia Andrade, a intenção não é multar, mas a ferramenta não está descartada.

“Exatamente, é uma das últimas ferramentas que a gente tem. A Vigilância em Saúde e a Prefeitura de Tabira, o foco dela é educação, é a prevenção, mas quando a gente não consegue pelo bem, a gente vai ter que agir com a multa. E por que a gente está tão preocupado com a situação da dengue este ano? Todo ano a gente vem e fala, mas este ano, em especial, o Ministério da Saúde já pontuou para a gente. São quatro tipos de vírus que existem da dengue, que é o tipo 1, 2, 3 e 4. O tipo 1 e 2 circulam a multa. Muito tempo, então a gente tem muitas pessoas que estão imunizados contra ele. E o tipo 3, ele não circula há mais ou menos 14 anos. Então, nós temos muita gente susceptível a ele. Uma pessoa que já teve dengue e infecção por outro tipo de vírus, a forma grave da doença é muito mais fácil de ocorrer. Então, nós estamos alertando porque a gente pode ter a forma grave este ano em grande escala. Por isso que a preocupação do Ministério da Saúde. E não estamos falando por achismo, não. Em Belo Horizonte, ano passado, no final do ano, foi encontrado o vírus tipo 3 circulando. Então, quer dizer, ele está na área. Muita gente susceptível. Ele podendo manifestar causa grave da doença. Então, acho que ninguém pode pagar pra ver, não. A gente tem que fazer a nossa parte.”

Sobre a importância de conscientização até para se evitar as multas, ouvimos também o diretor de controle de Zoonoses. Gustavo Pinho.

“A Secretaria de Saúde, quando a gente tem que fazer alguma intervenção química, por exemplo, que é o uso do BV, as pessoas chamavam de fumar C, é porque a gente já perdeu a batalha. A principal ação da Secretaria de Saúde, no caso do combate a dengue, é conscientização. Visita dos ACS dentro da Casa das Pessoas é justamente para isso, como a Natália disse, como mais de 80% dos focos estão dentro das residências, se o cidadão não aderir a essa campanha, essa luta, ele não tomar conta do próprio quintal, a gente sempre vai ter novos focos, e uma vez que o mosquito tá adulto, tá formado, a gente não eliminou aquela larva, a gente já perdeu a batalha. Então a questão é a seguinte, a gente vai na conscientização, a gente faz a visita com os ACS, no caso a casa, a gente faz o tratamento com larvecida, como o de algo que não pode ser descartado, que a gente tem que ser tratado, porém, se o cidadão não coopera, não faz a parte dele, o que resta mais a Secretaria de Saúde é a questão da multa. E a multa, no caso de recidiva, de um caso que é de um imóvel que já foi visitado pela Vigilância Sanitária, já foi notificada. Ou seja, já avisou para eles não darem aquela situação daquele terreno, daquela situação, daquela residência. Numa nova visita ainda permanecem os focos de dengue, essa pessoa pode ser multada e as multas variam, de 375 reais até 1800 reais, podendo aumentar em novas recidivas no caso. Então, assim, a gente tenta orientar o máximo a população, que a dengue é uma doença seríssima, a dengue mata, a dengue deixa a pessoa inabilitada, deixa a pessoa incapaz e a dengue também multa. Então, quando a gente vai pela conscientização, os agentes de endemias, os populares agentes da dengue, fazem a visita casa a casa, orientam os moradores, fazem como que não deixar uma água acumulada, vira lá o potinho de planta, o pneu, não deixa o pneu destampado, com piscina, como tratar a piscina, aquela dispensa de água atrás da geladeira, aquilo lá também sempre enche de água, aí é uma fonte de reprodução do mosquito.”

Reportagem: Euclides Éder

Ouça a entrevista na íntegra:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.