Médico da FSFX reforça necessidade de abordar o tema: uso de drogas e alcoolismo
Dr. Márcio de Castro. Fonte: FSFX
O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo e às Drogas, celebrado nesta quinta-feira (20) é data para reforçar os impactos do consumo de substâncias psicoativas na saúde física, mental e social. Como forma de alertar a população, o médico infectologista e clínico da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Márcio Rodrigues de Castro. O especialista traz algumas reflexões relevantes sobre o uso destas substâncias. Esse consumo continua a ser um dos principais desafios enfrentados pela sociedade, afetando a saúde pública, a segurança e o bem-estar de milhões de pessoas.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso abusivo dessas substâncias está diretamente ligado a uma série de problemas, incluindo doenças crônicas, transtornos mentais e impactos na vida social e profissional dos indivíduos que detém esse comportamento nocivo. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o álcool é responsável por cerca de 3,5 milhões de mortes anuais pelo mundo, enquanto o consumo de drogas ilícitas atinge milhões de brasileiros, comprometendo a qualidade de vida e aumentando os índices da criminalidade violenta.
Dr. Márcio Rodrigues de Castro explica que todas as substâncias psicoativas, sejam lícitas ou ilícitas, podem causar danos severos ao organismo. “Desde o uso descontrolado de medicamentos para dormir, e para a ansiedade, passando pelo álcool, cigarro e drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack, até mesmo os anabolizantes, como a testosterona. Todas essas substâncias possuem efeito psicoativo e podem gerar lesões orgânicas em órgãos como fígado, pulmão e cérebro, além de aumentar o risco de câncer, doenças psiquiátricas e alterações comportamentais”, diz.
Além disso, o profissional de medicina reforça que o consumo abusivo dessas substâncias pode levar à dependência química, um dos principais fatores de exclusão social e problemas familiares. “Essas drogas proporcionam um prazer momentâneo que leva o indivíduo a buscar doses cada vez maiores e mais frequentes para atingir o mesmo efeito. Esse comportamento pode desencadear doenças psiquiátricas, comprometer a capacidade produtiva e laboral, e gerar um impacto negativo nas relações sociais e familiares”, alerta o médico especialista da FSFX.
Além das doenças crônicas associadas ao uso prolongado, como cirrose hepática e doenças cardiovasculares, o especialista enfatiza os riscos imediatos das intoxicações agudas. “O álcool está diretamente ligado a acidentes de trânsito, agressões e outras violências. Os estimulantes como as anfetaminas e derivados, podem causar crises de euforia seguidas de depressão severa. Substâncias alucinógenas podem provocar surtos psicóticos”, detalha. Nos últimos anos, a utilização de cigarros eletrônicos (vapes), e anabolizantes, tem aumentado, principalmente entre os jovens.
Esse comportamento traz novos desafios para a saúde pública. “O vape causa graves danos pulmonares. A testosterona, por sua vez, além de ser utilizada para ganho de massa muscular, tem efeito psicoativo e pode levar ao aumento do risco de infarto, especialmente em jovens. São fundamentais que as famílias fiquem atentas aos sinais de alerta, como mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar ou profissional, isolamento social e dificuldades financeiras. Quanto mais precoce for a intervenção, maiores são as chances de recuperação,” acrescenta.
A data reforça a necessidade de políticas públicas eficazes. “Além disso, é importante ressaltar que o tratamento humanizado traz grandes resultados e não deve ser feito apenas com o absenteísmo, há também estratégias baseadas em redução de danos, que também podem ser efetivas, sendo necessária a avaliação de cada caso. O combate ao uso abusivo de substâncias passa pela educação, pelo fortalecimento das redes de apoio e pela oferta de tratamentos acessíveis e humanizados. Precisamos falar sobre isso, sem tabus”, conclui Dr. Márcio Rodrigues de Castro.
Reportagem: Euclides Éder