ITI, primeira organização contemplada com repasse de material apreendido pela Refeita Federal

Ocorreu nesta quarta-feira (9) no espaço Gastronomia Social do Instituto Igualdade, Transformação e Inovação Social (ITI), ato solene de lançamento oficial do projeto “Transfomar”. Concomitantemente, ocorreram entregas de kits com roupas e calçados descaracterizados, apreendidos pela Receita Federal em Minas Gerais. O ITI foi a primeira organização não pública a ser beneficiada, antes, apenas Universidades Públicas haviam recebido os produtos de origem ilícita, a maioria oriunda do crime organizado.

O projeto “Transformar” é programa de descaracterização de roupas, calçados, bolsa e mercadorias desfeitas, ou seja, recolhidas por descaminho ou por falsificação. A Receita Federal apreendeu os produtos e os encaminhou para serem matérias-primas em atividades de artesanato sustentável, bordado, serigrafia, e costura, justamente as vertentes adotadas pelo Instituto ITI. O objetivo é beneficiar pessoas em vulnerabilidade social, como jovens e mulheres vítimas de violência, e população que reside em áreas periurbanas.
As ações serão contínuas, até 2030, promovendo acesso à qualificação em oficinas, cursos, treinamentos, mostras de economia solidária e bazar, para alcançar resgate social e novos modelos de ensino, em área onde atuam entidades do terceiro setor. Assim como criar novos itens baseados na cultura local, valores e pertencimentos naturais. O foco é atender Instituições de Longa Permanência de Idosos, casas-lares, e organizações afins. No dia do evento, duas instituições receberam os primeiros itens.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) recebeu 300 kits, e a Secretaria de Assistência Social, outros dois mil kits. Houve assinatura do termo de cooperação com a superintendência da Receita Federal na região da sexta região fiscal, em território de Minas Gerais, além de homologar o repasse das mercadorias, para encaminhamento a população em vulnerabilidade social, através da Prefeitura Municipal e Apae de Itabira. O ato foi celebrado por Mário José Dehon Santiago, superintendente da Receita Federal no Estado.
“Temos levantamento de tudo apreendido, dados absolutamente controlados. Os números são absolutamente superlativos, já que em três anos apreendemos dez bilhões em mercadorias contrafeitas ou contrabandeadas, diferentes entre uma e outra, em todo o país. Minas por não ter porto ou fronteira com países, o montante é menor, cerca de 4%. Se apreende primeiro cigarros, endêmico no Brasil, que chega ser mais lucrativo à criminalidade do que o tráfico de drogas, depois: eletrônicos, TV Box e, em Minas, peças de vestuário”, disse.
Reportagem: Euclides Éder