Fonte: Reprodução/Sistema Faemg/Senar

Uma ótima notícia para o agronegócio foi divulgada nesta quinta-feira (29), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizado em Paris (FRA). O Brasil foi certificado como país livre de febre aftosa, mesmo sem a vacinação. O reconhecimento histórico encerra mais de seis décadas de campanhas de imunização e reforça o compromisso do país e de Minas Gerais com a sanidade animal e a qualidade dos alimentos produzidos.

“É uma conquista extraordinária para o setor produtivo e para todo o país. Foram mais de 65 anos de trabalho intenso, com vacinação, controle rigoroso e investimentos constantes em defesa sanitária. A febre aftosa, embora não ofereça risco à saúde humana, sempre foi uma barreira sanitária que impactava não apenas a pecuária, mas toda a credibilidade dos produtos agropecuários brasileiros no mercado internacional,” destaca o presidente do Sistema Faemg/Senar, Antônio de Salvo.

Para o executivo, esse reconhecimento é fruto de um esforço conjunto. “Parabenizo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Ministério da Agricultura, que trabalharam muito bem, e os produtores rurais, que aportaram, via Guia de Trânsito Animal (GTA), o recurso necessário para que sistema de defesa sanitária pudesse funcionar bem. O certificado certamente vai valorizar ainda mais a nossa carne bovina, sendo a mais saudável, verde e sustentável do mundo”, completa o presidente do Sistema Faemg/Senar.

Segundo o gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg/Senar, Altino Rodrigues, a instituição teve papel fundamental neste processo. “Minas Gerais, em especial, era um Estado extremamente desafiador, porque tínhamos dois circuitos pecuários distintos: o circuito centro-oeste e o circuito leste. Isso nos obrigou, naquela época, a dividir o estado, implantando cerca de 40 barreiras sanitárias que impediam o trânsito de animais de uma região para outra”, explica.

“Todo o gado que vinha do Norte de Minas, e de outros Estados do circuito leste não podia transitar para o centro-oeste, que abrangia regiões como o Triângulo Mineiro, Mato Grosso e São Paulo. Foi uma decisão difícil, que gerou muita resistência e preocupação de alguns produtores.  A Federação da Agricultura, com sua liderança, teve um papel crucial, mostrando que aquele esforço era fundamental para o avanço sanitário de Minas e do Brasil”, acrescenta o representante do Sistema Faemg/Senar.

O reconhecimento é fruto do trabalho dos órgãos de defesa sanitária e da atuação da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais. O enquadramento abre portas para mercados exigentes, que só compram de países livres de febre aftosa, sem vacinação, com benefícios diretos aos produtores, como a redução dos custos com vacinação, manejo, fortalecimento da imagem sanitária e valorização da carne bovina, suína e de outros produtos pecuários no comércio mundial.

O Brasil conseguiu erradicar a febre aftosa e sem o sacrifício de animais. O processo foi construído de maneira gradual, com a evolução da vacina, que passou da formulação aquosa, com proteção de quatro meses, para a oleosa, que garantia seis meses. Isso permitiu reduzir as doses anuais e, na fase final, vacinar apenas animais jovens, já que os adultos estavam devidamente protegidos. Em Minas Gerais, o desafio foi ainda maior devido ao número de produtores e à movimentação de animais.

Reportagem: Euclides Éder

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