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Imagem: Freepik

Receber o diagnóstico de câncer de mama é um momento que mexe profundamente com a vida de qualquer mulher. Mais do que o impacto físico, há uma carga emocional intensa que muitas vezes não é abordada com a devida atenção. Psicoterapeuta explica impactos emocionais do câncer de mama e como superar momentos de medo, ansiedade e autoestima abalada, entre os desafios mais comuns depois do diagnóstico. Rede de apoio e acolhimento são ferramentas fundamentais no processo de enfrentamento.

“Quando a mulher recebe o diagnóstico de câncer de mama, é como se o chão desse uma balançada. Vem o medo de morrer, de perder a feminilidade, e a insegurança com o corpo… Muita gente também sente raiva, tristeza profunda e até uma sensação de ‘isso não pode estar acontecendo comigo’”, explica a psicoterapeuta Daniele Caetano. Ainda segundo a especialista, o medo e a ansiedade se manifestam de formas variadas, e a família e os amigos devem ficar atentos.

Podem surgir sinais por meio de noites mal dormidas, pensamentos acelerados, crises de choro e até bloqueios que impedem a paciente de planejar o amanhã. “Uma das coisas que ajuda a dividir esse peso é conversar com alguém de confiança, procurar apoio psicológico, fazer respirações ou pequenas práticas que tragam presença para o corpo. O tratamento mexe demais com a autoimagem: queda de cabelo, cicatrizes, alterações no corpo”, orienta a profissional.

A autoestima é frequentemente abalada durante o tratamento, e o tratamento pessoal pode fazer a diferença. “O tratamento mexe demais com a autoimagem: queda de cabelo, cicatrizes, alterações no corpo. É duro!! Mas aí entram recursos como terapia, grupos de apoio, oficinas de autocuidado, maquiagem, lenços, perucas, tatuagens sobre cicatriz, além de resgatar talentos e coisas que façam a mulher se sentir bonita e viva além da aparência”, acrescenta Daniele Caetano.

A rede de apoio desempenha papel essencial. “A família, os amigos, até colegas de trabalho podem ser um abraço invisível nesse processo. Não é sobre resolver tudo, mas sobre estar presente: oferecer companhia para consultas, mandar uma mensagem carinhosa, respeitar o tempo da paciente. Esse suporte reduz o peso emocional gigante. Todo mundo fala de prevenção, exames e diagnóstico precoce que é também algo importante,” afirma.

Acolher sem invadir também é um cuidado importante. “O segredo é escuta. Perguntar: ‘O que você precisa de mim hoje?’ ao invés de sair dando opinião ou frases prontas tipo ‘vai dar tudo certo’. Às vezes a pessoa só quer chorar em silêncio e ter alguém do lado. Pouca gente lembra que a cabeça e o coração também adoecem junto. Trazer essa conversa da saúde mental é essencial para mostrar que o cuidado não é só com o corpo”, finaliza a psicoterapeuta.

Reportagem: Euclides Éder

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