Pediatra e neonatologista da FSFX mostra a importância da amamentação
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Especialistas do mundo todo reforçaram a importância do aleitamento materno como o principal alimento para os bebês nos primeiros meses de vida. O ato foi debatido durante a Semana Mundial da Amamentação, celebrada em agosto. Apesar de natural, a amamentação nem sempre é fácil ou instintiva, especialmente para mães de primeira viagem. De acordo com a pediatra e neonatologista Dra. Fabíola Andrade, médica da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) é essencial lembrar que o início pode trazer dificuldades, superadas com informação, paciência e apoio. O movimento ganhou força na campanha “Agosto Dourado”, simbolizando o padrão ouro de qualidade do leite materno, com o objetivo de incentivar, apoiar e informar mães, pais e redes de apoio sobre os benefícios e desafios deste gesto que salva-vidas.
“Muitas pessoas acreditam que amamentar será algo automático, mas não é. É preciso aprender sobre a pega correta, a livre demanda, os mitos que envolvem esse momento e, principalmente, contar com rede de apoio acolhedora. O bebê deve abocanhar toda a aréola, com os lábios virados para fora, nariz livre e o queixo encostado na mama. O corpo deve estar alinhado com o da mãe, sem torções, e em contato direto. Já a amamentação em livre demanda, ou seja, sem horários fixos, é fundamental para estimular a produção de leite e atender às necessidades do bebê, que deve mamar sempre que quiser e pelo tempo que desejar. O colostro é uma verdadeira ‘primeira vacina, rico em anticorpos e nutrientes. Toda mãe saudável é capaz de produzir o leite adequado. O colostro é fundamental nos primeiros dias de vida”, explica a especialista.
Ainda de acordo com a médica, um dos primeiros pontos de orientação é a pega correta do bebê, essencial para evitar dores, fissuras e garantir uma sucção eficaz. Dra. Fabíola Andrade também desmonta mitos, como a ideia de que mães com seios pequenos produzem menos leite ou que não é suficiente após determinado período. “O leite da mãe é sempre forte e adequado. O seio não é um reservatório; o leite é produzido conforme o bebê mama. Quanto mais ele mama, mais leite a mãe vai produzir. Essa regra é antiga. O bebê deve mamar em livre demanda. Não existe fórmula mágica, e sim vínculo, escuta e sensibilidade. É importante analisar a pega, a posição, se há infecções como candidíase no bebê ou mastite na mãe. A dor não deve ser normalizada”, completa a pediatra e neonatologista.
Outro fator essencial para o sucesso da amamentação é o ambiente acolhedor e o apoio recebido pela mãe. O ato de amamentar não deve estar cercado de pressões, julgamentos ou cobranças. “A mãe não precisa de palpites. Ajudar é cuidar da casa, alimentação dela, oferecer carinho e buscar informações. Muitas das vezes, a mãe desiste de amamentar por não se sentir apoiada. Ela não deve se preocupar com o olhar alheio. Está nutrindo seu filho com o melhor alimento possível. Leite materno é vida e saúde, em qualquer lugar. A partir dos seis meses, se inicia a introdução alimentar gradual e com orientação pediátrica, mas o leite materno segue sendo o principal alimento até os dois anos. Orientamos sobre pega, posição e livre demanda. Esse acompanhamento é essencial para garantir que o bebê tenha boa adaptação à amamentação”, finaliza.
Reportagem: Euclides Éder