Outubro Rosa: obesidade propaga risco do câncer de mama, alerta especialista

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Durante muito tempo, o debate sobre o câncer de mama se concentrou em fatores como hereditariedade e uso de hormônios. Mas, nos últimos anos, um novo vilão ganhou destaque nas pesquisas: a obesidade. Ao lado de outros fatores como álcool e fumo. Estudos recentes publicados em revistas médicas de referência, mostram que o excesso de gordura corporal, especialmente após a menopausa, está fortemente associado ao aumento do risco de câncer de mama e à piora do prognóstico da doença. Ou seja, a obesidade pode propaga risco do câncer de mama. O alerta passa a ser fundamental para manter o peso ideal, como forma de prevenção.
“Sabemos que a obesidade não é apenas questão estética. Provoca inflamação crônica no organismo que altera o metabolismo e pode aumentar o risco do câncer, especialmente por estimular vias hormonais e inflamatórias associadas ao crescimento tumoral”, explica a endocrinologista Dra. Alessandra Rascovski. Publicação de 2025, destaca os mecanismos pelos quais o excesso de gordura favorece a doença. Segundo o artigo, o tecido adiposo é um órgão metabolicamente ativo que produz hormônios e substâncias inflamatórias, entre elas, a leptina e o estrogênio, capazes de estimular o crescimento de células tumorais.
“Estudos recentes mostram que células imunes presentes no tecido adiposo, como os macrófagos, passam a atuar de forma desorganizada e até a favorecer o crescimento tumoral. É um desequilíbrio complexo entre metabolismo, inflamação e imunidade”, detalha a endocrinologista. Os efeitos da obesidade tornam-se ainda mais evidentes nas mulheres pós-menopausa. Um estudo robusto conduzido a partir dos bancos de dados EPIC e UK Biobank, com acompanhamento de mais de meio milhão de mulheres, revelou que o risco de câncer de mama cresce conforme o índice de massa corporal (IMC) aumenta.
Entre as mulheres com doenças cardiovasculares, a cada acréscimo de 5 kg/m² no IMC elevou o risco em 31%, contra 13% em mulheres sem problemas cardíacos. “O tecido adiposo passa a ser a principal fonte de estrogênio no corpo feminino após a menopausa. Em mulheres com sobrepeso ou obesidade, essa produção é muito maior, e isso pode estimular o crescimento de células mamárias com receptores hormonais positivos. Há uma desinformação importante sobre esse tema. As terapias hormonais atuais, quando bem indicadas, têm sim um risco, mas inferior ao impacto do excesso de peso”, ressalta a Dra. Alessandra Rascovski.
Reportagem: Euclides Éder

