Itabira tem uma equipe multidisciplinar que atua nas unidades do Programa de Saúde da Família, os PCFs. O E-Multi, a terapeuta ocupacional do CAPS Infanto Juvenil, Centro de Atenção Psicossocial para Jovens, Júlia Sampaio, visitou os estúdios da Rádio Itabira e explicou como é o seu trabalho de terapeuta ocupacional.

“O terapeuta ocupacional, eu vou falar da abordagem do terapeuta ocupacional assim, é atuando na saúde mental, então é uma profissão da área da saúde, e a gente trabalha utilizando como recurso as atividades, a atividade humana, a ocupação. Então, lá no CAPSi, a gente utiliza de atividades como jogos, brincadeiras, oficinas, como mais um recurso terapêutico no trabalho com as crianças e os adolescentes, visando o desenvolvimento psíquico, cognitivo, o desenvolvimento das emoções, a expressão das emoções, a questão cognitiva que é tão importante para o desenvolvimento na escola.”

Júlia Sampaio também destacou a importância da criança brincar.

“Brincar, eu acho que brincar é a coisa mais importante na vida de uma criança, e de um adolescente também. Brincar, você consegue através do brincar estimular todo o desenvolvimento, motor, a questão da expressão. Tem o brincar adequado, se a gente avalia o brincar de acordo com as idades. Então, o que é importante no brincar de um bebê? O que é importante no brincar de uma criança de 1 a 3 anos? De 3 a 5 anos? O que a gente espera que a criança dê conta. E através desse brincar, a gente consegue trabalhar a interação social, eles aprendem a brincar com os pares, com outras crianças. A criança brincando, ela consegue desenvolver cognitivamente, emocionalmente, fisicamente. E fisicamente, quando eu falo fisicamente, é da coordenação do corpo como um todo. Quando a criança brinca, ela pula com os dois pés, ela pula com um pé só, ela corre, ela esconde, ela aparece. Com as mãos, por exemplo, brincar com massinha, você consegue trabalhar habilidades, destreza, coordenação. Isso pra gente desenvolver futuramente uma função adequada pra escrita, uma função adequada pra tirar roupa, comer sozinho, calçar um tênis, amarrar. Que são habilidades que a gente, a criança vai adquirindo ao longo da infância. E que são muito importantes. E a gente vê muitos adultos hoje, assim, com uma letra feia, por exemplo, ou com uma letra feia não, uma letra que não é legível. Mas às vezes faltou um estímulo lá na frente, durante a infância. Ou então, pessoas que não dão conta de fazer sequências motoras, por exemplo, amarrar um tênis. A gente vê muitas pessoas com dificuldades e que poderiam ter sanadas através do brincar. Seria um estímulo então. É fundamental, importantíssimo. E brincar não significa também só brincar com brinquedos prontos. A gente pode brincar rasgando papel, a gente pode brincar desenhando uma amarelinha na rua. Eu acho que hoje a gente não consegue mais anular a questão do celular, dos jogos digitais. Eu acho que a gente tem que utilizar disso da forma mais adequada. Com controle de horário. Com controle da família, assim, do tempo e da quantidade. E com a qualidade. O que está fazendo aí nesse celular, nesse joguinho. Eu acho que tudo que é em excesso é prejudicial. E a gente não vai conseguir, a gente não pode substituir o brincar pelo celular. Assim como hoje não adianta a gente falar assim, ah, não vai jogar. Porque vai jogar, isso faz parte da vida e da dinâmica de todas as famílias.”

Reportagem: Euclides Éder

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