Infectologista alerta para prevenção e conscientização como enfrentamento da AIDS
Dados do Ministério da Saúde apontam que um milhão de pessoas soropositivas no Brasil em 2022, sendo que 65%, ou 650 mil, são do sexo masculino. Apesar dos avanços das últimas décadas, com a oferta de tratamentos eficientes para AIDS e maior circulação de informação, a doença ainda é cercada de preconceitos. O HIV (Human Immunodeficiency Virus) é o vírus que ataca o sistema imunológico e deixa o organismo sem defesa contra outras infecções, provocando a imunodeficiência humana. O principal alvo do vírus HIV é um dos tipos de célula de defesa, responsável por organizar e comandar a resposta imunológica.
“O HIV positivo é o portador do vírus que ainda não manifestou ou está controlado, tratando e não manifesta a doença. A AIDS é a fase em que o indivíduo com o HIV tem a evolução da doença, o que acontece, em média, dez anos depois da contaminação. Essa fase avançada da doença é caracterizada por perda de peso, febre e diarreia prolongada, por mais de 30 dias. E, principalmente, pneumonia, infecção urinária, meningite, tuberculose, por fungos, bactérias e protozoários, que pessoas sem HIV normalmente não têm”, explica o médico infectologista do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), Marcello Fontana.
Na sexta-feira (1º) foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A data marcou o início da campanha “Dezembro Vermelho”, que promove mobilização contra o vírus HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. O infectologista do HNSD destaca que a principal forma de transmissão do HIV é o contato sexual. Além disso, a doença pode ser transmitida por transfusões de sangue, raro no Brasil devido à qualidade dos hemocentros, além de compartilhamento de seringas e agulhas por usuários de drogas injetáveis, e durante a gestação de mãe para filho. A conscientização é importante mecanismo no combate à doença.
Em Itabira, a Policlínica Pública Municipal Virgilio José Gazire oferece testes rápidos gratuitos. “Evitar o comportamento de risco, que é se expuser sem preservativo ao sexo. A camisinha é a principal forma de evitar essa doença. A segunda forma é buscar orientação e informação com o médico, ler e se informar, fazer os testes, principalmente quem tem dúvida e quem teve relação de risco. Qualquer cidadão de Itabira pode fazer na Policlínica. É chegar, conversar, ser avaliado por uma equipe multidisciplinar e fazer os testes de HIV, hepatites, sífilis, que são as DSTs para as quais temos exames disponíveis”, destaca Marcello Fontana.
O tratamento acontece por meio de coquetéis antirretrovirais, que são uma combinação de medicamentos que têm o efeito de controlar o crescimento do vírus, assim, 90% dos pacientes soropositivos conseguem zerar a carga do vírus em aproximadamente seis meses de terapia. “Não é cura. Quer dizer que a doença está muito bem controlada e não se detecta o vírus. Mas se o paciente parar de tomar o coquetel, em poucas semanas o vírus explode de novo e volta a comprometer o indivíduo. Então, hoje, o HIV virou uma doença crônica de tratamento, semelhante a um diabético, por exemplo,” disse o especialista do HNSD.
Reportagem: Euclides Éder