Estudo aponta efeitos do cigarro na qualidade de vida do paciente oncológico
Os males do tabagismo na saúde como um todo já são bem conhecidos e vem guiando políticas públicas há alguns anos. Um novo estudo sobre o hábito de fumar em pacientes que tiveram câncer tem potencial para guiar ações associadas ao tratamento oncológico, que podem melhorar em muito a qualidade de vida das pessoas. A pesquisa “Impact of Smoking Status on Health-related quality of life in Cancer Survivors” (tradução literal: Impacto do Tabagismo na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde em Sobreviventes de Câncer) foi publicada em uma revista prestigiada: Frontiers in Oncology.
O estudo multicêntrico, liderado por José Nolazco, médico urologista, aponta que a qualidade de vida dos sobreviventes de câncer tabagistas é pior, especialmente para quem permanece fumando após o tratamento. A pesquisa usou o banco de dados de 2016 e 2020. “Em uma amostra de 39.578 pessoas, descobrimos que fumantes atuais têm uma qualidade de vida significativamente menor em comparação com não fumantes. E ex-fumantes também mostraram uma qualidade de vida inferior, embora menos acentuada,” disse o médico urologista da Universidade de Harvard.
“Esses resultados são importantes, pois influenciam tanto as políticas de cessação do tabagismo quanto a abordagem no tratamento oncológico de fumantes e ex-fumantes. Portanto, tem importância tanto para o público em geral quanto para a prática clínica. Observamos a evolução na área da oncologia, em que os tratamentos estão cada vez mais voltados para uma abordagem individualizada, e esse fator também desempenha um papel crucial nesse contexto”, destaca uma das autoras do estudo, Cristiane Bergerot, psico-oncologista, a única brasileira a assinar o artigo.
Reportagem: Euclides Éder