Polícia Civil investiga denúncia de injúria racial contra Secretária de Educação de Itabira
Print da injúria racial. Fonte: Prefeitura de Itabira
Nesta quinta-feira (13), a gestora da Secretaria Municipal de Educação (SME), Edna de Carvalho Silva, procurou a Polícia Civil de Itabira, para registrar boletim de ocorrência, por injúria racial. Desde a semana passada, ela tem recebido mensagens ofensivas no seu aparelho celular. Entre áudios e textos, uma das mensagens, de cunho racista, dizia: “Tem gente que lamenta a Lei Áurea até hoje. As sinhás”. A instituição de segurança pública está investigando a denúncia.
A sequência de ofensas foi disparada após protestos contra a gestora, devido à nova orientação para que, os professores das séries finais, cumpram parte de suas horas extraclasse nas escolas. O texto foi enviado por uma profissional da Rede Municipal de Ensino, e aparece como encaminhada, ou seja, foi distribuído a mais de um destinatário. Em nota, encaminhada aos órgãos de imprensa, a Prefeitura de Itabira repudiou com veemência qualquer tipo de racismo.
“É ainda mais lamentável que uma ação como essa tenha partido de profissional do qual, se espera que a atuação seja justamente a inversa. O que se espera de qualquer educador é que ele seja uma voz contra todo tipo de discriminação, o que, temos certeza, é o pensamento da absoluta maioria dos professores da rede. O município dará todo apoio e estrutura necessários à secretária e às autoridades policiais, além de abrir processo interno de investigação”, cita a nota.
A administração pública mencionou o próximo procedimento. “A Prefeitura tratará a situação com toda a seriedade, e atenção que casos como esse devem ter. Itabira tem orgulho de sua ancestralidade, é uma das cidades de Minas Gerais com maior percentual de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas. O nosso trabalho é para valorização de todo esse legado. Esses crimes precisam ser punidos com todo o rigor necessário,” informa o Poder Executivo.
Injúria racial é crime passível de dois a cinco anos de prisão, e a denúncia é fundamental para haver a punição. A Prefeitura de Itabira conclamou que toda vítima deve procurar as autoridades para erradicar a discriminação. “Em campo democrático, é natural haver divergências, protestos e discordâncias. A Prefeitura de Itabira não se nega a debater e a dialogar pontos conflitantes, mas jamais vai tolerar ofensas racistas, misóginas ou sexistas,” finaliza o comunicado.
Reportagem: Euclides Éder