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Máquina de Hemodiálise

Nesta quinta-feira (13), celebra o Dia Mundial do Rim, com o tema: “Seus rins estão ok? Faça o exame de creatinina para saber!”. A data tem como objetivo alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças renais e como o estilo de vida impacta na saúde dos rins. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), é estimado que, no Brasil, cerca de 50 mil pessoas com doença renal morram, por ano, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante, números que reforçam a importância de hábitos saudáveis e do diagnóstico precoce.

Carlos Alberto Chalabi Calazans, médico nefrologista do Centro de Terapia Renal do Hospital Márcio Cunha (HMC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX) destaca a relevância desta data para a conscientização das doenças renais crônicas, que muitas vezes se desenvolvem silenciosamente. “A evolução da doença renal pode ser gradual e, muitas vezes, não apresenta sintomas iniciais. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, como a necessidade de diálise ou transplante renal”, explica Calazans.

A campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia deste ano enfatiza a importância do exame de creatinina, um exame simples e de alta especificidade, para monitorar a função renal. “A creatinina é um marcador importante da função dos rins e pode identificar problemas antes que eles se tornem graves. Além desse exame, a ultrassonografia e o exame de urina de 24 horas também são essenciais para avaliar a saúde dos rins”, detalha Calazans. O diabetes e a hipertensão arterial são duas condições frequentemente associadas ao comprometimento renal.

Dr. Carlos Calazans. Fonte: FSFX

Outros fatores também causam impactos, como: desidratação, predisposição genética, e histórico familiar com enfermidades renais, contribuem no desenvolvimento de doenças. “É preciso que a pessoa se mantenha hidratada. Não espere sentir sede, e sim, sempre ingira água. A sede já é um sinal de desidratação e a hidratação é essencial para a saúde dos rins, que além de evitar calcificações renais, evitam outras nefropatias. Uma dica é estar atenta a coloração da urina. O ideal é que ela esteja amarela clara”, orienta o nefrologista da FSFX.

A SBN aponta, ainda, que o consumo médio de sal pela população é de cerca de 12 gramas por dia, enquanto o recomendado é de no máximo 2 gramas. “O excesso de sal, por exemplo, prejudica os rins, pois há a retenção de líquidos o que aumenta a pressão arterial, fator que pode levar à insuficiência renal. A mudança nesse hábito, juntamente com a hidratação adequada e a prática de atividades físicas, pode prevenir a progressão das doenças renais”, comenta o médico. Paciente da FSFX, Welington Domiciano Araújo, de 47 anos, começou tratamento em 2020.

Ele descobriu que a função renal havia chegado a nível crítico. Antes de iniciar a hemodiálise, ele sentia fadiga e cansaço extremo, a pressão arterial era descontrolada e uma sensação constante de fraqueza, chegando a sofrer dois infartos. “Eu tinha pressão alta, e apesar de controlar, ela era muito severa. Chegou um momento em que a função renal estava tão baixa que eu não poderia ficar sem o tratamento. Nos três anos anteriores ao tratamento, eu sentia muita dor, desânimo e não tinha qualidade de vida. Eu trabalhava, mas não tinha disposição para mais nada”, diz o paciente.

Welington Domiciano Araújo. Fonte: FSFX

Com quase cinco anos de tratamento, ele se orgulha de nunca ter faltado a uma sessão. Ele sabe da importância do tratamento e, por isso, segue todas as orientações médicas também quanto à alimentação e cuidados diários. “Eu sei da importância do tratamento, meu corpo não teria condições de funcionar sem ele. Sigo todas as orientações, pois isso faz toda a diferença na minha saúde. Quando comecei a fazer a hemodiálise foi difícil, mas logo depois consegui retomar minha vida social e pessoal. Os mal-estares diminuíram e minha qualidade de vida melhorou muito”, afirma.

A prevenção é a chave para manter os rins saudáveis. “Cuide do seu estilo de vida: faça exames periódicos, adote uma dieta equilibrada, pratique exercícios e controle o peso. Essas atitudes são essenciais para prevenir a doença renal crônica. A semaglutida, por exemplo, foi destacada no último congresso americano de nefrologia como um tratamento eficaz para a doença renal crônica, além de ser útil no controle de diabetes e obesidade”, informa o médico. Em 2024, a unidade realizou mais de 44 mil sessões de hemodiálise e realizou o tratamento de 196 pacientes, o maior da região.

Reportagem: Euclides Éder

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