Cerca de 800 participantes no Seminário da Funcesi sobre o TEA
Crédito: Comunicação/Funcesi
Realizado na quinta-feira (3), o “1º Seminário Funcesi Azul – Autismo: Entender Para Acolher” contou com aproximadamente 800 participantes, entregando debates sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foram mobilizadas figuras importantes de diferentes âmbitos do setor público, além de familiares, amigos e a própria comunidade autista local, com palestras, rodas de conversa, oficinas e inúmeras atividades sobre o tema. O evento contou com o Instituto Social Actus, Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Leste (Ciscel) e Associação das Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Itabira (AMA).
A primeira atividade foi mesa redonda composta pela presidente da AMA Itabira, Amanda Teixeira, promotores Bruno Müller e Renato Ângelo Ferreira, vereadora Dulce Citi e neurologista Júlio Tércio Alvarenga, homenageado durante o evento. Os participantes compartilharam experiências da área, debateram medidas e elencaram alguns dos atuais pontos críticos, como a dificuldade de diagnóstico. Logo após, Glauber Oliveira, neurologista e professor da instituição de ensino superior itabirana, falou ao público sobre medicações, como o canabidiol, e comorbidades que acometem a comunidade TEA, entre elas a ansiedade.
Homenagem à Júlio Técio. Crédito: Comunicação/Funcesi
Seis oficinas tiveram abordagens especializadas sobre o tema. A psicóloga Rafaela Sanguim e a terapeuta ocupacional Maria Alves discutiram sobre uma dificuldade vivenciada por muitas pessoas próximas a autistas, o manejo em momentos de crise. O musicoterapeuta Samuel Alexandre, por meio de atividades dinâmicas, demonstrou a importância da música no acolhimento a portadores do transtorno e de outras necessidades especiais. Amanda Teixeira utilizou sua experiência na advocacia para abordar o tema na perspectiva do Direito, discutindo o acesso desse público a áreas como educação e saúde.
A neuropsicóloga Cleusa Reis tratou do rastreio e triagem para pais e profissionais. Alexandra Teixeira apresentou ao público a psicomotricidade, ciência ainda desconhecida por muitos. A fonoaudióloga Elisangela Brandão trabalhou sobre estratégias de desenvolvimento de linguagens e interação social. Roda de conversa com Glauber Oliveira, Amanda Teixeira, Cleusa Reis, Maria Alves, Thaiamara Santos e Marco Antônio Gomes (vice-prefeito), mediados pela coordenadora do curso de psicologia da Funcesi, Priscila Penna, aliou vivências e conhecimentos teóricos na condução da atividade.
Crédito: Comunicação/Funcesi
Coube à Alexsandra Teixeira comandar a palestra “Autismo e Sexualidade”. . “Gostaria de parabenizar pelo evento e colocar o Ciscel como parceiro tanto da sociedade quanto dos 12 municípios associados. Estamos buscando aprimorar a saúde pública, qualificando profissionais para dar apoio aos municípios diante da situação em que vivemos. O autista pode ir para onde quiser. Ele precisa de apoio, atenção e, principalmente, que a sociedade o enxergue como ele é. Não como diferente, mas como uma pessoa especial capaz de mudar nossa vida”, afirmou a prefeita de Itambé do Mato Dentro e presidente do Ciscel, Cleidileny Chaves.
“O Sindicato Metabase trabalha fortemente temas como o respeito à saúde mental, acolhimento e inclusão das pessoas. Então, é super importante que estejamos juntos em causas como este seminário, que visa trazer letramento e investimento para disseminação de práticas que, em todos os aspectos, visam alcançar as famílias da população. Trazendo o conhecimento como forma de acolhimento e viabilizando caminhos de solução plausíveis para alcançar todas as pessoas que precisam ser respeitadas, compreendidas e incluídas. Essa é a nossa missão e dela não abrimos mão”, destacou o presidente do Sindicato Metabase, André Viana.
André Viana. Crédito: Comunicação/Funcesi
“Fico muito satisfeito e orgulhoso por nossa instituição estar participando de um evento com tamanho significado para Itabira e região. É um assunto extremamente vasto e complexo, com uma necessidade enorme de ser debatido. Algo que gostei muito foi a participação dos nossos convidados, aqueles para quem realmente fizemos esse evento. Com interesse, presença e perguntas muito interessantes, nos ajudaram a dar um aprofundamento maior aos debates. Também fico orgulhoso da equipe da Funcesi, pela sua capacidade de realizar esse seminário, e iremos promover muito mais”, destacou o presidente da Funcesi, Maurício Mendes.
“Lançar um movimento sobre um tema tão importante, mas com poucos trabalhos científicos conclusivos, traz uma responsabilidade maior para nós. Nos exige a sensibilidade de despertar o interesse para ações verdadeiramente acadêmicas, promovendo estudos, cursos, programas e capacitações envolvendo equipes multidisciplinares. Nossa instituição já desenvolve um trabalho de inclusão há alguns anos e tem caminhado com ações mais efetivas. Uma das ferramentas é o Núcleo de Acessibilidade e Apoio Psicopedagógico (NAAP)”, declara a reitora do Centro Universitário, Flávia Pantuza.
Maurício Mendes. Crédito: Comunicação/Funcesi
“Nas oficinas recebemos várias pessoas como professoras, diretoras, mães, familiares e amigos de autistas. Então, me senti realizada com esse evento que programamos com muito carinho, um sonho que saiu do papel. Posso descrever como surreal o que vi,” aponta a presidente da AMA, Amanda Teixeira. “Com a natureza comunitária que o Instituto, esse evento foi uma oportunidade para podermos levar à comunidade tudo que temos no âmbito social. A transformação começa por seminários como este, e discutir o tema autismo são.papel nosso e de qualquer outro que esteja apoiando a ação” disse o presidente do Instituto Actus, Thiago Jacques.
Reportagem: Euclides Éder