Comissão de Atingidos do Sistema Pontal realiza ato em memória à tragédia de Mariana
Nesta quarta-feira (5), às 16h20, se lembra os dez anos do rompimento da barragem de Mariana, liberando avalanche de mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. O desastre-crime soterrou o distrito de Bento Rodrigues, matando 19 pessoas, além do aborto de um bebê em uma sobrevivente, deixou mais de 600 desabrigados, atingindo 49 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. Nesta data, haverá manifesto em Itabira.
O rejeito percorreu 663 quilômetros até chegar ao Oceano, contaminando a fauna, a flora e os cursos d’água com metais pesados. As pessoas atingidas em diversas regiões de Minas Gerais seguem lutando por reparação e justiça. Em Itabira, a Comissão de Atingidos do Sistema Pontal realiza ato em memória e luta pelo rompimento, que também denuncia o sofrimento das famílias impactadas pela descaracterização do Sistema Pontal.
O processo movido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a Vale tem provocado insegurança, sérios problemas de saúde física e emocional, e perdas de direitos. “Enquanto lembramos as vidas perdidas e as águas contaminadas [pelo rompimento em Mariana], denunciamos o que continua acontecendo aqui. A mineração predatória segue priorizando o lucro acima da vida, destruindo territórios e ignorando direitos”, cita o grupo.
A programação começa às 15h, na praça Acrísio Alvarenga, no Centro de Itabira. Mais tarde, eles se reúnem na área comercial do bairro Bela Vista, para às 17h sair pelas ruas do bairro até a praça da rua João Júlio de Oliveira Jota pedindo por justiça e reparação em Itabira. O movimento reforça a importância da mobilização popular e da solidariedade entre comunidades atingidas pela mineração. Toda a sociedade itabirana é convidada a participar.
Reportagem: Euclides Éder

