Intercâmbio de conhecimento entre futuros médicos e conviventes do InterAgir
Alunos do curso de medicina da Funcesi têm visitado os conviventes do Centro Interagir, ferramenta de apoio ao serviço de saúde mental em Itabira. Uma dessas alunas, Bruna Guedes Alvarenga, concedeu entrevista para a rádio Itabira na terça-feira (10), para destacar como essa oportunidade de interação social, tem sido encarada pelos futuros médicos. Ela comemora a redução do preconceito, e a humanização ao lidar com os pacientes, que terão eles, em médio prazo, como referências nas proposta de terapia para recuperação da saúde, ou para a prevenção de doenças, consideradas vitórias importantes dos discentes.
“Muitas vezes, você olha para a pessoa, e aparentemente está bem. Porém, pode também estar sofrendo com depressão silenciosa, ou algum tipo de transtorno, que precisa de medicação. A doença mental, não é identificada à primeira vista. Por isso é importante conversar com as pessoas. Pode-se ir ao consultório se queixando de dores na perna, mas não ser necessariamente aquilo. Pode ter cuidados com familiar acamado em casa, por exemplo, o que desgasta mentalmente, e leva ao processo de adoecimento mental. É necessário ouvir e entender a pessoa como um todo”, disse a estudante.
“Tem gente que vai ao Centro de Convivência, apenas para conversar e não há nada de mal nisso. Enquanto um está desenhando, outros fazem as demais atividades, como: dança, música, artesanato, e teatro. Tem a roda de conversa, para compartilhamento das experiências. Isso também gera relação de confiança, importante no trato entre médico e paciente. Porque se o paciente não confia no médico, como vai entender o quadro? E também, como cobrar a adesão no tratamento? O Centro de Convivência ajuda muito nessa questão da humanização nos atendimentos,” acrescenta Bruna Guedes.
O Centro de Convivência InterAgir oferece oficinas diversas gratuitas, para usuários ou não das ferramentas de saúde mental, por livre demanda. E tem sido um processo auxiliar importante, aos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). “Tem até um jornal que a gente faz, e na visita dos futuros médicos, nos ensinam, e eu sei também que aprendem com a gente. São várias pessoas que têm alguns problemas, alguns mais graves, outros não. A maioria das pessoas em Itabira não conhece o InterAgir. O local absorve não apenas a demanda do CAPS”, acrescenta a covivente Goretti Garcia Cabral.
“Qualquer pessoa que se sente sozinha em casa, ou está meio deprimida, podem ir participar. Tem turma que vai uma semana, falha em outra, e depois volta, e assim vamos convivendo com todos. Temos dias que eles mesmos nós dão as oficina, ou a gente que dá pra eles, na outra semana. Toda a interação, seja com os futuros médicos, ou as demais pessoas, sempre é muito bacana”, finaliza a convivente do InterAgir. A ferramenta de apoio à saúde mental fica na rua Emídio Alves Ferreira, 794, bairro Penha, próximo ao Pronto Socorro Municipal de Itabira (PSMI), e atende entre 8h e 12h, e de 13h às 17h.
Reportagem: Euclides Éder