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Imagem: Freepik

O ferro é mineral essencial para o organismo, mas seu acúmulo pode causar danos. A hemocromatose é um distúrbio no qual o corpo absorve mais ferro do que necessário pelos alimentos, e o diagnóstico preciso pode prevenir complicações graves em diversos órgãos, como fígado, coração, pâncreas e articulações. A doença pode ser hereditária, causada por mutações genéticas, ou adquirida, quando surge devido a fatores externos: transfusões sanguíneas, doenças hepáticas ou suplementação em excesso.

Os sintomas da hemocromatose podem variar e, muitas vezes, demoram anos para se manifestar. Conforme o Ministério da Saúde (MS), entre estes estão: fraqueza, fadiga, letargia, apatia e perda de peso. Em alguns casos, pode haver sinais específicos a depender do órgão afetado, como, por exemplo, arritmia (coração), diabetes (pâncreas) ou dor abdominal (hepatomegalia). O diagnóstico da hemocromatose envolve exames laboratoriais específicos que avaliam os níveis de ferro no sangue.

“Esses testes medem os níveis sanguíneos de ferro, a chamada ferritina (proteína de armazenamento do ferro) e da transferrina (transporta o ferro fora dos glóbulos vermelhos)”, explica a farmacêutica bioquímica, Gélida Pessoa. Dois procedimentos: dosagem de ferritina sérica e a saturação da transferrina podem indicar se os níveis estão deficitários ou elevados. Caso os índices estejam altos, o passo seguinte é investigar a origem da sobrecarga para determinar a melhor conduta médica.

Nos casos em que se suspeita de doença hereditária, a indicação médica é o painel hereditário para hemocromatose. “Esse exame genético permite analisar múltiplos genes relacionados ao metabolismo do ferro, sendo essencial para confirmar casos hereditários e orientar o rastreamento familiar. A ressonância é uma ferramenta importante na avaliação da carga férrica, especialmente no fígado e no coração, permitindo um planejamento terapêutico mais adequado”, acrescenta Gélida Pessoa.

Embora a hemocromatose hereditária não possa ser evitada, algumas medidas podem ser adotadas para prevenir a forma adquirida da doença. Evitar o uso indiscriminado de suplementos de ferro sem orientação médica é um dos cuidados essenciais, assim como manter exames periódicos para monitorar os níveis de ferro no sangue, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença. Além disso, a alimentação também desempenha um papel importante na prevenção.

Reduzir o consumo de carnes vermelhas e frutos-do-mar crus pode ajudar a controlar a absorção de ferro, assim como moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, que podem sobrecarregar o fígado e agravar possíveis danos hepáticos. “Manter exames regulares ao menos uma vez por ano é essencial não apenas para identificar a hemocromatose, mas também para monitorar outras alterações de saúde”, destaca a farmacêutica bioquímica, que é supervisora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde.

Reportagem: Euclides Éder

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