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Dr. Emerson Moura. Foto: FSFX

A doação de órgãos é gesto que pode transformar vidas, oferecendo nova chance para aqueles que estão na fila de transplante. O médico intensivista e coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Márcio Cunha (HMC), Dr. Emerson Moura, reforça sobre a importância da conscientização da doação de órgãos e do diálogo entre as pessoas que desejam doar e seus familiares. O HMC é administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), assim como o Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC), em Itabira. No país, o número de córneas transplantadas foi de 12.819.

“Um único doador falecido pode beneficiar até oito pessoas, dependendo dos órgãos, como coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e tecidos, como córneas, pele e ossos. Em casos de doação em vida, os órgãos que podem ser doados são mais limitados, como um rim, parte do fígado ou até parte do pulmão em situações excepcionais. Também é possível a doação de medula óssea, um processo essencial para o tratamento de diversas doenças,” de acordo com Dr. Emerson Moura. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), foi registrado, até o terceiro trimestre de 2024, o total de 6.168 órgãos doados, oriundos de falecidos.

No Brasil, o processo de doação e transplante de órgãos e tecidos é coordenado e regulamentado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Apesar dos benefícios da doação de órgãos, muitos mitos ainda cercam esse processo, o que pode desmotivar famílias a tomarem essa decisão. O principal deles é a crença de que a retirada dos órgãos desfigura o corpo do doador. “Isso é completamente falso. O procedimento é feito com extrema cautela e não causa deformações,” explica o Dr. Emerson. A idade avançada não é um impeditivo para a doação, pois tecidos como córneas e ossos podem ser doados, mesmo em idosos.

“A fila é controlada com critérios técnicos de compatibilidade e gravidade do caso, sem discriminação social. Os receptores são separados conforme as necessidades e o órgão que necessitam, assim como tipo sanguíneo e outras especificações. Uma lista única em ordem cronológica de inscrição e os receptores selecionados em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética. Crianças, por exemplo, têm prioridade quando o doador é também uma criança ou quando estão concorrendo com adultos. Contamos com equipes especializadas e infraestrutura adequada para garantir que o processo ocorra de maneira segura e eficaz”, explica o especialista.

O HMC tem se destacado na captação de órgãos, oferecendo todo o suporte necessário para o diagnóstico da morte encefálica e a captação eficiente dos órgãos. A instituição de saúde se destaca pela abordagem humanizada no atendimento às famílias e pacientes. O apoio psicológico é uma prioridade para ajudar as famílias do doador falecido a lidarem com a dor da perda, ao mesmo tempo, em que oferecem a chance de salvar outras vidas. “A comunicação com as famílias é clara e respeitosa, com bastante sensibilidade e respeito, oferecendo apoio psicológico aos familiares do doador, garantindo que todos compreendam o processo de forma transparente e empática”, diz Emerson Moura.

“Realizamos testes de compatibilidade, exames de saúde e seguimos as normas técnicas para garantir que os órgãos captados sejam de alta qualidade e que o processo de transplante ocorra com a máxima segurança. A doação só acontece com a autorização da família, e é um momento de grande sensibilidade e apoio”, destaca Dr. Emerson Moura. Após a autorização familiar, os órgãos passam por uma avaliação rigorosa de compatibilidade com os receptores. Quando os órgãos são compatíveis, a retirada ocorre em ambiente cirúrgico, com a máxima segurança e agilidade. O transporte dos órgãos é feito de forma segura até chegarem aos hospitais onde os receptores aguardam para a realização do transplante.

A equipe transplantadora realiza a cirurgia do receptor e acompanha sua evolução após o procedimento, para garantir o sucesso do transplante. “Recomendamos que as pessoas discutam com seus familiares sobre doação de órgãos, que expressem seu desejo de doar ou não seus órgãos. Essa simples conversa permitirá aos familiares tomarem uma decisão rápida e consciente, caso a situação se apresente. Doar órgãos é doar vida. Pense sobre isso, converse com seus familiares e contribua para salvar vidas. Todo o processo é conduzido com a máxima cautela, para garantir a qualidade dos órgãos e a segurança dos receptores”, finaliza o médico intensivista.

Reportagem: Euclides Éder

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